A morte de um vendedor ambulante na estação Anhangabaú do metrô, em dezembro do ano passado, só realçou um problema grave e praticamente ignorado pela administração municipal: a luta dos vendedores que trabalham na rua ou em quiosques pela regularização de suas atividades.

Não só isso: trata-se da busca de um reconhecimento profissional, e não apenas de luta contra a informalidade. Poucos são “reconhecidos”, ou seja, possuem o Termo de Permissão de Uso, que é uma autorização do poder público para realização da atividade de ambulante.

No Seminário de Trabalhadores Ambulantes realizado nesta terça-feira (18/04), na Câmara Municipal, representantes de diversas entidades que lutam pelos direitos de quem trabalha na rua narraram as dificuldades no dia a dia e o medo constante da fiscalização cruel e do prejuízo com a apreensão de mercadorias.

Os trabalhadores reivindicam mais atenção da administração municipal em um momento de crise econômica e altos índices de desemprego, além de questões importantes como segurança para exercer o trabalho.

O vereador Eduardo Suplicy participou do seminário e deu o seu apoio às reivindicações dos trabalhadores ambulantes. Ele narrou a trágica morte do ambulante Índio, na estação Anhangabaú, e suas iniciativas para ajudar a família dele, inclusive arrumando emprego para o irmão do trabalhador. Também contou a bem-sucedida experiência das duas cooperativas de trabalhadores do Parque Ibirapuera.

Ao final do seminário, o vereador sugeriu a realização de uma audiência pública na Câmara para discutir a questão dos ambulantes após a realização de estudos e reuniões entre as entidades que os representam.