Reunião da Subcomissão de Drogas (FOTO: LLUIZ FRANÇA/CMSP)

O coordenador do Programa Redenção – projeto da Prefeitura para tratar dependentes químicos -, Arthur Guerra, defendeu nesta quinta-feira (30/11) um modelo que integre a abstinência e a redução de danos para tratar dependentes químicos.

Durante a reunião da Subcomissão sobre Política de Drogas Envolvendo Cenas de Uso na Cidade de São Paulo, o psiquiatra apresentou algumas diretrizes da política na capital paulista. O vereador Eduardo Suplicy participou da reunião.

Questionado por Suplicy sobre a continuidade do Programa Braços Abertos – da gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) – e o que será feito com os usuários atendidos nele, Guerra disse que “segue as diretrizes de uma nova ação, respeitando os pontos positivos do Braços Abertos”.

De acordo com o psiquiatra, os hotéis passarão da Secretaria Municipal da Saúde para a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. “Nenhuma pessoa que estava no Braços Abertos vai ficar desassistida”, disse ele.

Durante a reunião, o coordenador geral da Adesaf (Associação de Desenvolvimento Econômico e Social às Famílias), Genivaldo Linhares Brandão, entregou aos vereadores o relatório “Crack e outras drogas: o ineditismo e os resultados da política de redução de danos em São Paulo” sobre o Programa Braços Abertos.

“As pessoas acharam o projeto positivo do ponto de vista dos benefícios que ele entrega, como capacitação para o mercado profissional. Ela permite aos usuários descobrirem habilidades”, disse.

De acordo com Guerra, os usuários decidirão qual o tipo de tratamento que irão fazer. “A atuação pode ser por abstinência ou redução de danos. Devemos ouvir os pacientes para saber o que eles querem. Precisamos ter essa flexibilidade. É fundamental que os grupos que defendem esses diferentes modelos conversem entre si”, disse ele.

Para o coordenador do Redenção, o trabalho em conjunto das diferentes secretarias será essencial nesse projeto. “O programa segue diretrizes de uma nova ação para prevenir e tratar as questões de drogas. Vamos ter um núcleo gestor com equipes multidisciplinares para os atendimentos”, disse Guerra.

Para Brandão, o Redenção precisa de alguns “ajustes”. “Em relação ao trabalho, os usuários não estão preparados para participar do ‘Trabalho Novo’ [projeto criado para dar emprego aos sem-teto]. Eles não estão preparados para as exigências do mercado. As pessoas têm perfis diferenciados”, afirmou.

* Com informações do Portal da Câmara