O vereador Eduardo Suplicy saudou, neste final de semana, o depoimento de Mano Brown de como, através de sua convivência com sua companheira, sua filha, e agora com as Mulheres do Rap, foi mais e mais se dando conta de como as mulheres precisam ser tratadas com respeito e com direitos iguais por nós homens.

Mano Brown é o convidado especial, nesta segunda feira, 20h30, de João Suplicy, do Violão ao Vivo no Quarto. Não perca.

Íntegra da fala de Mano Brown:

Vivendo e Aprendendo 

“Fui criado de maneira machista, mas o mundo está mudando – e para melhor. Não podia continuar errado desse jeito. Não faz nenhum sentido o homem ser beneficiado só por ser homem; é injusto. Eu acompanho esse processo dentro de casa, com minha esposa, minha filha – vivo cercado de mulheres. No momento em que entendi que, se eu não respeitar uma mulher, não vou respeitar ninguém, aí ficou fácil. Então mudei como pessoa, minha música mudou, minha abordagem, o entendimento do mundo… O homem tem tendência a narrar o que está em volta dele. Minhas canções têm essa força das ruas, das gangues. Parei para analisar que esse universo masculino também provoca o sofrimento das mulheres. Só que todo movimento de mudança encontra resistência. E hoje há dois grupos muito opostos: uma juventude conservadora e outra completamente libertária. Mesmo assim, as mulheres estão entrando com força total em todos os espaços, inclusive no rap. Esse frescor e essa abertura são essenciais para a sobrevivência do gênero, dos sons, das ideias. Por isso que a gente tem que, cada vez mais, cantar as mulheres, colocá-las nos palcos, até para fazer esse movimento contrário à resistência. Eu sei que, quando olhamos, ainda não há mudanças muito significativas, mas elas virão, é inevitável.”

MANO BROWN, Revista Cláudia Mar/2018