A drástica redução do programa Ciência Sem Fronteiras, barrando a partir de agora alunos de graduação, é “retrocesso inaceitável”. A avaliação é do ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante.

O governo Michel Temer anunciou no começo de abril que vai realizar uma “reformulação” completa do do programa que envia universitários brasileiros para estudar no exterior por meio de bolsas.

Novos pedidos para graduação não serão aceitos – os 4 mil estudantes de graduação que ainda restam continuam no Ciência Sem Fronteiras até o final de seu ciclo. Só haverá investimento agora para alunos de pós-graduação, mestrado e doutorado, que totalizam, em um primeiro momento, 5 mil bolsistas.

Mercadante afirma que, de 13 mil estudantes de graduação que passaram um ano no exterior pelo projeto, retornaram e concluíram o ensino superior, 20% se tornaram alunos de pós-graduação — quatro vezes mais do que a média geral.

O PROGRAMA EM NÚMEROS

– O programa enviou mais de 100 mil alunos para intercâmbio fora do Brasil ao longo de quatro anos.

– As bolsas para graduação, cujo último edital de seleção foi publicado no final de 2014, eram o foco do Ciências sem Fronteiras — correspondiam a 79% dos benefícios concedidos.

– O governo federal anunciou o corte das bolsas para graduandos em julho de 2016. Bolsas de pós-graduação, segundo o governo, continuarão sendo concedidas — há 5 mil vagas oferecidas em 2017.

– De 35 mil bolsistas da graduação, restam hoje 4 mil. O custo de cada aluno no exterior é de R$ 100 mil por ano.

– O MEC destinou R$ 3,7 bilhões para o Ciência Sem Fronteiras em 2015. O governo argumenta que esse valor equivale ao investido na merenda escolar de 39 milhões de alunos da educação básica.

FONTE: MEC