Revista Caros Amigos

A moda, que já foi fator de exclusão, é hoje fator de inclusão, na avaliação de Glorinha Kalil, uma das pessoas que mais acompanham o que acontece com a moda. Se analisarmos as repercussões da São Paulo Fashion Week – SPFW, vamos nos deparar com números e dados muito significativos.
Esse evento se tornou um marco na história da moda no Brasil e no mundo. Ele contribuiu para a economia, gera empregos, valoriza a cultura brasileira, a beleza e a arte. Em cada versão, se aprimora mais e mais.
Paulo Borges, idealizador da SPFW, veio de São José do Rio Preto para a Capital, nos anos 70, para estudar computação e comércio exterior. A moda foi um acaso em sua vida. Acaso que deu certo! Ele disse que tinha como objetivo criar uma cultura de moda no Brasil. Em 1996, na Morumbi Fashion Week, surgiram os nomes das modelos de sucesso, como Gisele Bündchen, Ana Cláudia Michells, Isabelli Fontana, bem como grandes nomes do mundo da moda brasileira, inclusive masculina, como Ricardo Almeida, Ronaldo Fraga e Reinaldo Lourenço, para citar alguns exemplos. Em 1993, havia apenas quatro escolas de moda; agora, segundo Paulo Borges, há 150.
Hoje a SPFW envolve uma cadeia imensa de profissionais e gera mais de cinco mil empregos diretos. Atualmente, há no mercado da moda 30 mil empresas que movimentam cerca R$ 50 bilhões ao ano e empregam 1,7 milhão de brasileiros. O setor é responsável por 17% do nosso Produto Interno Bruto. A SPFW, encerrada no dia 14 de junho, recebeu cerca de R$11 milhões de reais em investimentos, tornando-se o evento de moda mais famoso da América Latina.
É importante ressaltar que a SPFW tem patrocinado, através do projeto Ofício Moda, o treinamento de costureiras, modelos, modelistas e piloteiras nos bairros mais carentes – como Heliópolis, Paraisópolis e outros – a também realizarem ações de moda. Em Heliópolis, uma cooperativa de costureiras realiza desfiles com suas criações.
No ano que vem, a edição de junho da SPFW será ampliada e ocupará outros espaços com desfiles e exposições de 100 designers brasileiros, além de debates que envolverão um número maior de pessoas de forma a consolidar esse setor de maneira mais consciente e consistente.
O que é bom tem que vir pra ficar e ser cada vez melhor, pois, como se vê, a geração de emprego e renda proporcionados pela moda é visível fator de inclusão social.