Caminhoneiros em greve (FOTO: Marcelo Pinto/APlateia)

O vereador Eduardo Suplicy escreveu algumas considerações em relação à greve dos caminhoneiros e o aumento dos preços dos combustíveis. leia o texto:

“Em 2016, logo após a votação do impeachment da Presidenta eleita Dilma Roussef, Michel Temer anunciou que haveria “sacrifícios iniciais para o povo brasileiro”.
 
Dois anos após o golpe, enfrentamos desmontes das políticas sociais, retirada de direitos trabalhistas, aumento da pobreza e da miséria, aumento da mortalidade infantil, evasão de estudantes do ensino superior e diversos retrocessos na política econômica.
 
Vejo com muita preocupação o avanço da desorganização política e econômica do país, colocando em risco o funcionamento das instituições e a possibilidade de retomada da democracia.
 
Os motivos da crise dos combustíveis são resultado de um jogo político articulado – o mesmo que destituiu a presidenta Dilma; que colocou José Serra à frente do Ministério das Relações Exteriores para conduzir a votação que acabou com a Lei da Partilha tirando da Petrobras os 30% de participação na extração e exploração do petróleo do pré-sal; e que permitiu a Paulo Parente, atual presidente da Petrobrás, instalar a política de submissão aos interesses econômicos internacionais.
 
Parente reduziu drasticamente a produção nas refinarias nacionais e suspendeu as obras de todas as refinarias em construção, exigindo do Brasil a importação de produtos derivados do petróleo. O Brasil nunca importou tanto óleo diesel, 235% a mais do que no mesmo período em 2016, desequilibrando a Balança Comercial Brasileira, e repassando esses custos para a população. O vídeo abaixo produzido pelos trabalhadores do ramo petroleiro, explica exatamente quem paga essa conta.
 
Diante dessa crise econômica, o povo brasileiro fica refém de decisões dos atuais governantes, estes mesmos que não foram legitimamente eleitos, colocando em risco a soberania nacional e a soberania popular. Gravíssima é a crise em todo sistema de transportes aéreo, de caminhões, e o número tão grande de rodovias com suas vias paralisadas.
 
A presidenta Dilma, dias antes da votação do impeachment, advertiu: “Nenhum governo será legítimo se não nascer do voto popular, livre, direto, universal e secreto. Fora do voto popular, qualquer governo será sempre a tirania. A tirania dos mais fortes, dos mais espertos, dos mais ricos, dos mais corruptos”.
 
Acredito no futuro do país, e tenho certeza que é possível retomarmos o desenvolvimento, bem como, revertermos os desmontes sociais. Mas entendo que a única forma possível para isso é que o povo escolha o caminho e o futuro a ser percorrido, através do voto direto nas eleições previstas para esse ano, com Lula tendo o direito de ser candidato.
 
Assista ao didático vídeo da Federação Única dos Petroleiros sobre a crise dos transportes e da alta dos combustíveis:”