O assédio sofrido por estudantes e o fechamento de creches que atendem servidores e alunas da USP (Universidade de São Paulo) foi debatido nesta segunda-feira (20/3), na Câmara Municipal, por grupos de ativistas universitárias. A questão está sendo seguida de perto pelo vereador Eduardo Suplicy, que esteve em evento na Feusp (Faculdade de Educação da USP) no começo de março prestando solidariedade aos servidores e estudantes da universidade
De acordo com comunicado divulgado pela reitoria, a USP tem enfrentado déficit orçamentário que ultrapassa R$ 1 bilhão.
As medidas apresentadas para redução dos custos inclui a diminuição de vagas em creches mantidas pela universidade e o fornecimento de auxílio-creche, em contrapartida. Segundo a direção da USP, a economia com essas medidas seria de R$ 23 milhões ao ano.
“As creches nas universidades são uma medida para que mulheres que são mães tenham direito de continuar os estudos. Essa retirada é um grande ataque à permanência da mulher na universidade”, disse ao site da Câmara a estudante Luana Alves, que também é membro do Coletivo de Combate à Violência contra Mulher ‘Juntas!’.
Para a advogada e fundadora da Defemde (Rede Feminista de Juristas) Mariana Ganzarolli, a aplicação de auxílio-creche vai afetar o serviço. “Quando você terceiriza [o direito à creche] por meio de um auxílio, passando para redes conveniadas ou particulares, com certeza a qualidade dessa creche cai muito”, afirmou.