A Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara deu parecer favorável, nesta quarta-feira (22/11), a um requerimento para realização de uma Audiência Pública sobre a polêmica que envolve o terreno vizinho ao Teatro Oficina, na região central de São Paulo.
O vereador Eduardo Suplicy é um dos líderes de um movimento para que haja um diálogo com o Grupo Silvio Santos, proprietário do local, no sentido de que um complexo residencial não seja construído ali.
Recentemente, o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) aprovou a construção de três edifícios no terreno.
O diretor e dramaturgo da companhia teatral, José Celso Martinez Corrêa, deu início a um movimento de protesto contra a decisão, que contou desde sempre com o apoio de Suplicy. O artista alega que a obra vai descaracterizar o espaço, que ficará isolado entre os prédios.
O Teatro Oficina foi inaugurado em 1958 e acabou destruído por um incêndio em 1966, mas teve a sede reconstruída em um projeto assinado pela arquiteta Lina Bo Bardi. No início dos anos 1980, o local foi tombado pelo próprio Condephaat.
O documento que convoca a Audiência Pública para debater o tema é do vereador Arselino Tatto (PT). Na justificativa, o parlamentar lembra que o teatro é considerado pelo jornal inglês The Guardian como um dos melhores do mundo. O objetivo é discutir os impactos que as mudanças propostas terão para a companhia e para a cidade.