Revista Caros Amigos – Edição de Setembro de 2010

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, IPEA, divulgou Comunicado nº 58, de 13 de julho último, sobre a dimensão e a evolução da pobreza no Brasil. As linhas de pobreza absoluta e extrema utilizadas pelo estudo levaram em conta o rendimento médio domiciliar per capita. Foram consideradas famílias em condição de pobreza absoluta as que recebem até meio salário mínimo mensal, e as que estão em condição de pobreza extrema as que recebem até um quarto de salário mínimo mensal per capita.
De 1995 a 2008, 12,8 milhões de pessoas saíram da condição de pobreza absoluta. Assim, a taxa nacional de pobreza absoluta passou de 43,4% para 28,8%. 13,1 milhões de brasileiros saíram da condição de pobreza extrema. A taxa nacional de pobreza extrema caiu de 20,9% em 1995, para 10,5% em 2008. Essa redução ocorreu nas cinco regiões geográficas do Brasil. Foi mais acentuada nas regiões Sul e Sudeste do que nas regiões Centro-Oeste e Norte. A taxa de pobreza absoluta na região Nordeste, que era a mais alta, 69,8%, em 1995, caiu para 49,7% em 2008, enquanto que a taxa de pobreza extrema, que era também a mais alta, 41,8%, em 1995, baixou para 24,9% em 2008.
Os estados que apresentaram maior redução na taxa de pobreza absoluta, entre 1995 e 2008, foram SC, PR e GO. Os que apresentaram menor diminuição foram AP, DF e AL. Em 1995, os estados com maior taxa de pobreza extrema eram MA, PI e CE. Já em 2008, foram AL, MA e PI.
Ainda que o Brasil se apresente como um dos países de maior desigualdade de renda dentre todos os países do mundo – tem o décimo maior índice segundo o relatório de 2009 do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) – houve importante progresso no período. O coeficiente Gini de desigualdade, que era de 0,60 em 1995, teve uma queda gradual durante quase todo o período até atingir 0,54 em 2008. Em 1995, os mais altos índices de desigualdade eram de AL com 0,64; TO com 0,63; e CE com 0,62. Os menores eram SP e AM, ambos com 0,53; e SC com 0,54. Em 2008, os maiores índices ocorreram no DF com 0,62; e em AL e PE, ambos com 0,58. Já os estados com menor desigualdade foram AP com 0,45; SC com 0,46; e RR com 0,48.
Será muito importante que o Brasil, na formulação de políticas públicas, avance na direção de aplicar os instrumentos de política econômica que possam assegurar, nos próximos anos, a completa erradicação da pobreza.