Câmara Ocupada. É por esse nome que ficou conhecida a manifestação de estudantes e representantes da sociedade civil que ocuparam o plenário da Câmara Municipal em protesto contra a falta de transparência em relação aos projetos de privatização do prefeito João Doria (PSDB) e por conta da restrição de horário para uso do Passe Livre Estudantil.

O grupo de cerca de 80 pessoas entrou no plenário na tarde de quarta-feira (09) e fez barricadas para evitar a entrada de integrantes da Guarda Civil Metropolitana no recinto.

Com a mediação do vereador Eduardo Suplicy, os manifestantes puderam passar a noite no local, podendo inclusive receber água e alimentos, coisa que havia sido proibida pelo presidente da Câmara, Milton Leite (DEM). Isso só foi possível também graças à intervenção do padre Júlio Lancelotti.

Os estudantes disseram na manhã desta quinta-feira (10) que não sairão da Casa até que as reivindicações sejam atendidas: plebiscito para análise do pacote de privatizações do prefeito João Doria e a volta do passe livre estudantil durante 24h.

“A cidade é nossa, os patrimônios são nossos, os parques são nossos, o bilhete único é público e é nosso, e o João Doria não pode entrar na cidade que é nossa e vender nossos patrimônios”, disse Nayara Souza, presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo.

Os manifestantes querem que seja votado em caráter de urgência um plebiscito para o pacote. Tramitam na Câmara três projetos que propõem plebiscito: das vereadores Sâmia Bonfim (PSOL) e Patricia Bezerra (PSDB), e do vereador Alfredinho.