Em  uma de suas primeiras atividades em 2018, o vereador Eduardo Suplicy mandou uma mensagem ao prefeito João Doria (PSDB) abordando três assuntos importantes: a questão do Teatro Oficina Uzyna Uzona, no Bixiga, o acréscimo do nome de Dom Paulo Evaristo Arns à Praça da Sé e à forma como o prefeito tratou a nomeação do viaduto Dona Marisa Letícia, na zona sul. Leia a mensagem:
Prezado Prefeito João Dória:

Observei na sua agenda de ontem que recebeu o Presidente do Grupo Sílvio Santos, Guilherme Stoliar, junto com o Secretário Adjunto de Licenciamento, Marcos Campognone, o Prefeito Regional da Sé, Eduardo Odloak, a Coordenadora de SMUL, Arq. Renata Saad Cury Moisés e assessor da SMUL , Arq. Ronaldo Berbare A. Parente.

Reconhecemos os seus esforços tão positivos de procurar o bom entendimento entre o Grupo Sílvio Santos e o Teatro Oficina, o secretário municipal da Cultura, André Sturm, e todas as pessoas, dentre as quais destacados atores e atrizes como Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Antonio Fagundes e Sérgio Mamberti.
Todos eles têm se pronunciado a favor de que aquela área em torno do Teatro Oficina possa se tornar uma Praça das Artes, conforme inclusive o Projeto de Lei do Vereador Gilberto Natalini que deseja transformar aquela área na Praça das Artes e dos Teatros que tanto caracterizaram e ainda caracterizam a vida cultural do Bexiga/Bela Vista, que tem obtido a aprovação da maioria dos vereadores.
Por conta disso, venho propor, por uma questão de equidade, possa também receber em audiência o diretor do Teatro Oficina, José Celso Martinez Correa, as arquitetas Marília Sallmeist e Carila Matzenbacher, que elaboraram o projeto da Praça das Artes, e representantes da classe artística para dialogarem sobre o importante destino daquela área. Terei o maior prazer e interesse de acompanhar este encontro.

Aproveito a oportunidade para instá-lo a sancionar o Projeto de Lei de grande número de vereadores aprovado pela Câmara Municipal que acrescentou o nome de Dom Paulo Evaristo Arns ao da Praça da Sé. Dom Paulo teve um papel de extraordinária coragem ao denunciar os desmandos e abusos do regime militar, sobretudo com respeito aos que foram torturados e mortos, como Wladimir Herzog, teve desempenho exemplar em sua solidariedade aos mais pobres e humildes, e foi valoroso defensor da democratização do Brasil. O Ato Ecumênico realizado na Catedral da Sé em homenagem a Wladimir Herzog é considerado por muitos historiadores um marco importante na queda da Ditadura Militar em nosso País.

Expresso também, respeitosa e democraticamente a minha discordância com respeito às suas observações com respeito à homenagem que a CMSP prestou à D. Marisa Letícia.

Não há como condená-la por ação que ainda está por ser objeto de avaliação da Justiça. Não é adequada a avaliação de que ela não morava em São Paulo. Ela foi a primeira-dama por oito anos de nossa nação e são muitos que avaliamos que ela prestou serviços a todas as causas que foram defendidas pelo Presidente Luiz Inácio da Silva, desde o tempo em liderou a marcha das mulheres dos metalúrgicos em defesa dos 13 que foram indiciados na Lei de Segurança Nacional.
Não faz sentido não se admitir a denominação de ruas de pessoas que não moraram em São Paulo, desde que prestaram relevantes serviços aos brasileiros, pois de outro modo não poderíamos ter vias públicas ou praças com nomes como de Tiradentes, Duque de Caxias, D. Pedro I, D. Pedro II ou Princesa Isabel.

Respeitosamente,

Vereador Eduardo Matarazzo Suplicy