Reunião da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal (FOTO: GABINETE EDUARDO SUPLICY)

A eleição acabou, mas infelizmente a vitória do candidato Jair Bolsonaro não encerrou os episódios de violência política. Para tratar do assunto, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Eduardo Suplicy, realizou uma reunião nesta quinta-feira (1º de novembro).

“Entendo ser necessário o acompanhamento os casos de violência com motivações políticas ocorridos na cidade de São Paulo”, disse Suplicy antes do início do evento.

Uma das resoluções do encontro é a de que a comissão será um dos pontos de coleta de informações e denúncias de violência política na cidade de São Paulo. A Câmara Municipal e as entidades envolvidas ainda vão definir uma estrutura para receber essas denúncias.

Reunindo integrantes de algumas instituições importantes, como o Condepe (Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana) e a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, a reunião começou com o impactante depoimento de Amelinha Teles, ex-presa política e ativista dos direitos humanos.

Ela narrou os episódios em que sofreu tortura, nos anos 70, nas mãos do coronel Carlos Brilhante Ustra (morto em 2015). Ela deu um depoimento contundente que foi exibido no horário eleitoral gratuito do PT, no segundo turno da eleição presidencial. por conta disso, tem sido atacada e ameaçada nas redes sociais.

Amelinha relata, emocionada, como se deu a criação da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal (SP). “A Câmara tinha medo, naquela época, de receber travestis, por exemplo. Foi essa Comissão que mudou isso, acolhendo a população massacrada da cidade: pobres, negros e LGBTs.”

O ex-deputado estadual Adriano Diogo fez uma intervenção protestando contra os ataques contra Amelinha. “Até agora nada foi feito para investigar e cessar os ataques a ela e nem para conter a disseminação das fake news relativa a ela.”

Outro depoimento importante foi o de Igor Fediczko Silva, da plataforma , que faz relevante serviço de compilação de dados a respeito da violência no Brasil.

Ele comentou como funciona a sua plataforma e e sobre como poderá contribuir com essa Comissão criada para acompanhamento de casos de violência com viés político na cidade de São Paulo.

Entretanto, foi Isadora Brandão, do Núcleo de Diversidade e Igualdade Racial da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, que mostrou como anda o clima em São Paulo: Isadora Brandão: “Há um sentimento de medo e intolerância política na sociedade atualmente. Estamos acompanhando atentamente as denúncias.”