Os 18 jovens presos no ano passado em São Paulo, a caminho de uma manifestação contra o governo de Michel Temer e a favor de eleições diretas para presidente da República, serão julgados nesta sexta-feira (22 de setembro) no Fórum Criminal da Barra Funda. Eles faziam parte de um grupo de 22 jovens detidos no Centro Cultural São Paulo.

O grupo conta com o apoio do vereador Eduardo Suplicy e do deputado federal Paulo Teixeira (PT), que acompanham de perto o caso. Suplicy, inclusive, será testemunha de defesa de um dos garotos que serão julgados.

Os manifestantes foram indiciados neste ano pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) da Polícia Civil por associação criminosa e corrupção de menores. A Justiça aceitou a denúncia. Os jovens alegam que são inocentes e que a polícia paulista teria forjado provas contra eles.

A detenção aconteceu no dia 4 de setembro. A operação policial que resultou na prisão dos jovens, que hoje respondem aos processos em liberdade, teve a participação de um oficial do Exército infiltrado em trajes civis. O julgamento dos jovens acontece no próximo dia 22, no Fórum Criminal da Barra Funda.

De acordo com a vereadora Juliana Cardoso (PT), vice-presidente da Comissão Extraordinária Permanente de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania e Relações Internacionais da Câmara Municipal, houve desrespeito aos direitos humanos.

“Precisamos tornar público esse caso porque ele é do ano passado. Naquela época houve mobilização da mídia alternativa para denunciar o abuso policial. Como no dia 22 vai haver o início do julgamento do processo, é extremamente importante a diligência das duas comissões”, afirmou a parlamentar.

O deputado federal Paulo Teixeira (PT) afirmou que o papel dos parlamentares das esferas Federal e Municipal é o de expor uma “indignação coletiva” com o caso.

“Nós queremos fazer uma Audiência Pública na Câmara Federal e ao mesmo tempo uma representação no Ministério Público Federal porque esses meninos são vítimas de uma ação do Estado brasileiro que forjou um flagrante contra eles”, declarou. Ele classificou a ação policial do ano passado como “desinteligência”.