A invasão da PUC-SP, em setembro de 1977, ocorreu por volta das 21h, quando estudantes faziam um
ato público na porta do Tuca para celebrar a realização do 3o Encontro Nacional de Estudantes, que
havia sido proibido pelo regime militar. Comemoravam também a reorganização do movimento
estudantil e da União Nacional dos Estudantes, que atuava na clandestinidade. Tropas policiais
chegaram ao campus atirando bombas sobre os manifestantes. Em seguida, entraram na Universidade
para prender professores, estudantes e funcionários.
Na operação dentro da PUC-SP foram usadas bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Em
seguida, sob golpes de cassetete e ofensas, as pessoas foram conduzidas para um estacionamento
que havia na rua Monte Alegre, esquina com a Bartira. Houve triagem e 900 foram levadas em ônibus
para o prédio do Batalhão Tobias de Aguiar. Em 1977, presidente do país era Ernesto Geisel. A PUC-
SP se destacava naquele momento como um local de resistência ao regime militar e luta pela
redemocratização.
Em 1977, o país era governador pelo general Ernesto Geisel, que já tinha implantado o que chamou de
abertura política lenta e gradual. A ação desastrada da PM paulista invadindo a PUC contribuiu para
que os questionamentos sobre o regime militar ganhassem volume e contundência, aumentando a
relevância da oposição em um momento de dilema do governo federal. Foi neste contexto que o então
economista Eduardo Suplicy foi eleito deputado estadual pelo MDB, em 1978, com 78 mil votos.