Caros Amigos – Edição de Fevereiro

Uma tragédia atingiu os EUA em 8 de janeiro. Em Tucson, Arizona, a deputada Gabrielle Giffords – Gaby – do Partido Democrata, convidou seus constituintes para dialogar sobre os problemas de sua comunidade, ao lado de um supermercado. Muitos compareceram. De repente, um rapaz de 22 anos, com uma arma automática, começa a atirar. Antes de ser dominado, atinge gravemente a cabeça da congressista, mata seis pessoas e fere outras 13. Por sua combatividade, nas últimas eleições, Giffords foi colocada no site da Republicana Sarah Palin – com uma mira em sua cabeça – na lista dos candidatos que deveriam ser derrotados.
Em 12 de janeiro, na Universidade do Arizona, o Presidente Barack Obama fez um comovente discurso. Perante 15 mil pessoas, destacou que Gaby e seus eleitores estavam exercendo o governo “do” e “para” o povo. A homenagem aos que morreram, o agradecimento ao heroísmo dos que contribuíram para salvar vidas, suas ações e desprendimento, além das orações e expressões de preocupação, “devem nos levar a perguntar: Como podemos ser verdadeiros à sua memória?”
Numa clara alusão ao que se comentava sobre Sarah Palin – pois alguns afirmaram que ela instigou o crime – ponderou que quando uma tragédia nos atinge, é de nossa natureza demandar explicações – tentar colocar alguma ordem sobre o caos – e dar sentido ao que parece ser insensato. Muito desse processo, de debater o que pode ser feito para prevenir tragédias, é um ingrediente essencial em nosso exercício de governar para nós mesmos.
Em sábia reflexão, Obama destacou que num tempo em que nosso discurso se tornou tão agudamente polarizado – num tempo em que estamos tão ansiosos por colocar a culpa de todos os males do mundo naqueles que pensam diferentemente de nós – é importante trabalharmos no sentido de dialogarmos para a construção de um mundo mais humano e menos violento, muito mais para curar do que para ferir.
O presidente conseguiu unir a Nação ao concluir que mais do que estar apontando o dedo ou definindo culpas, devemos expandir nossa maneira de aceitar o próximo, ouvindo cada pessoa com mais cuidado, aumentando nossa empatia e trilhando caminhos para que nossas esperanças e sonhos se entrelacem.