Felizmente, o Partido dos Trabalhadores tem hoje na cidade de São Paulo valores excelentes, que podem ser pré-candidatos a prefeito. A ex-prefeita e senadora Marta Suplicy; o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante; o ministro da Educação, Fernando Haddad, cuja atuação na pasta tem levado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a recomendá-lo; o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo; os deputados federais Arlindo Chinaglia, Carlos Zarattini e Jilmar Tatto. Legitimamente, acrescento meu próprio nome.

De todos os que, do PT, disputaram eleições majoritárias, em que houve número significativo de candidatos, na cidade de São Paulo, fui aquele que maior proporção de votos obtive em minha eleição para o Senado, em 2006, com 51,37% dos votos. Podem surgir outros.
melhor forma de decidir qual será o nosso candidato é a realização de prévias, precedidas de debates públicos entre todos os candidatos. Será ótima oportunidade para que cada um exponha a sua análise e suas propostas para melhorar a qualidade de vida dos paulistanos.
Marta poderá dizer de como pretende melhorar e expandir os CEUs, desenvolver a experiência do Bilhete Único e de tantas coisas que inovou em seu governo.

Haddad poderá falar de como a sua experiência de ministro da Educação fará com que São Paulo dê extraordinário salto de qualidade na educação; José Eduardo e Mercadante falarão de suas valiosas experiências nos ministérios e de como aprimorar São Paulo, assim como os demais.

Eu próprio direi como desenvolver um programa sustentável com toda a força para que a presidenta Dilma Rousseff coloque em prática a Renda Básica de Cidadania.

Quem sabe possamos fazer de São Paulo, junto com outros municípios, um exemplo pioneiro em que todos os seus 11,3 milhões de habitantes se tornem participantes da riqueza gerada em nossa metrópole e no Brasil. Dessa maneira, todos os candidatos aprenderão uns com os outros e com os que participarão dos debates. E todos se comprometerão a apoiar aquele que mais entusiasmar os filiados e que for eleito.
Algumas pessoas têm dito que será melhor chegar a um consenso, sem a necessidade de prévias.

Dizem que, em algumas ocasiões, as prévias contribuíram para que o partido se dividisse e que os que perderam não se empenharam pelo vitorioso. Isso dependerá da forma como a direção partidária conduzirá o processo.

Na medida em que todos os pré-candidatos se disponham a respeitar as regras e os companheiros com quem estão disputando, é perfeitamente possível termos um processo harmonioso, agregador e que seja um caminho para o aperfeiçoamento da democracia no país.

Que bonito exemplo foi dado pelo Partido Democrata, nos EUA, quando os senadores Barack Obama e Hillary Clinton disputaram as prévias.

Realizaram 21 debates públicos, transmitidos pelos meios de comunicação, num clima de formidável respeito mútuo.

Nós pudemos acompanhar daqui. Trinta e três milhões de eleitores participaram da escolha. Obama marcou o dia 28 de agosto de 2008 para a convenção que o consagrou candidato, após as prévias, no aniversário de 45 anos do discurso “Eu Tenho um Sonho”, de Martin Luther King Jr..
Hillary Clinton o cumprimentou pela vitória e o apoiou com força total e dignidade. Obama a convidou para ser secretária de Estado, a principal ministra, e o Partido Democrata teve uma das mais bonitas vitórias de sua história. É um exemplo a ser seguido.

EDUARDO MATARAZZO SUPLICY, doutor em economia pela Universidade Estadual de Michigan (EUA), é senador pelo PT-SP, professor da Eaesp-FGV e copresidente de honra da Rede Mundial da Renda Básica.