Prisões arbitrárias estão se tornando cada vez mais frequentes em São Paulo. Primeiro foram os três militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) foram detidos de forma absurda na zona leste de São Paulo na última sexta-feira (28/04), dia da greve geral. Na noite desta terça-feira (02/05), três pessoas que militam em favor dos imigrantes foram detidas na avenida Paulista.

As prisões ocorreram após um entrevero em um ato que protestava contra a aprovação pelo Senado de uma lei que melhora a vida e as condições dos imigrantes e refugiados no Brasil.

O protesto gerou uma insatisfação em algumas pessoas que passavam pelo local, incluindo os três detidos, que são ligados a organizações que acolhem refugiados, principalmente sírios e palestinos que fogem dos conflitos no Oriente Médio.

Um dos presos é Hasan Zarif, líder do movimento Palestina para Tod@s e dono do Al Janiah, bar no Bixiga (região central de São Paulo) administrado por refugiados e militantes da causa palestina.

Zarif é um dos personagens mais interessantes dos movimentos sociais da capital paulista e é reconhecido como uma importante liderança da causa da imigração no Brasil, em especial em relação aos refugiados árabes e de outras nações do Oriente Médio. Outro dos detidos é um funcionário de Zarif, um garçom sírio.

Segundo Hugo Albuquerque, advogado de Zarif, o ato na paulista foi convocado pelo Direita São Paulo, que acusou Zarif e um outro grupo de árabes de agressão e de arremessar “artefato explosivo” contra os manifestantes.

Para Albuquerque, as acusações são absurdas, pois não houve comprovação de qualquer agressão – no máximo, uma troca de insultos sem maiores consequências, já que nem mesmo agressões teriam sido comprovadas.

Os detidos foram levados para o 78º Distrito Policial, nos Jardins, e na manhã desta quarta-feira (03/05), para o Fórum da Barra Funda, para uma audiência de custódia.

O vereador Eduardo Suplicy, presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Migração, da Câmara Municipal, vê com bastante preocupação a arbitrária detenção de Zarif e de outras duas pessoas e está apoiando os esforços de parlamentares como o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) de tentar a libertação deles.