O Senado está realizando uma consulta pública virtual sobre o Estatuto do Desarmamento, de acordo com o PDS (Projeto de Decreto Legislativo) 175/2017. O enunciando é claro: o projeto convoca plebiscito para a revogação do Estatuto do Desarmamento: você apoia essa proposição?

O vereador Eduardo Suplicy recomendo fortemente o voto no NÃO. O fim do estatuto seria um grave retrocesso na política de direitos humanos e de redução das mortes violentas, na opinião do vereador.

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Leia parte do discurso sobre o tema do então senador Eduardo Suplicy, realizado em abril de 2011:

“Meu pai, Paulo Cochrane Suplicy, sempre disse aos seus filhos – nós éramos onze (…) – que ele não tinha e nunca quis ter armas em casa. Ele nos ensinou a respeitar e a evitar brigas com as pessoas, por mais difícil que fosse a situação. Ainda hoje tenho comigo esses ensinamentos para evitar o uso da violência. Tenho sido assertivo, firme em minhas opiniões, mas sou inteiramente contra a violência, seja ela verbal, física ou psicológica, e nunca senti a necessidade de ter uma arma de fogo. Eu, inclusive, pratiquei e aprendi o boxe, o pugilismo, mas, nos tempos em que aprendi e soube como me defender, sempre pude me sentir com maior segurança para jamais utilizar a violência contra quaisquer pessoas.

Todos os dias a mídia tem nos informado à exaustão dos inúmeros casos de vitimas de violência: doméstica, no trabalho, nas ruas, nas escolas. Muitos desses casos terminam em mortes e, em sua grande maioria, isso acontece porque as pessoas tinham uma arma ao alcance das mãos. Se não estivessem armadas, muitas dessas mortes poderiam ser evitadas.Aqueles que me conhecem sabem que sou um admirador dos homens e mulheres que têm transformado a sociedade utilizando-se dos meios não violentos, como Mahatma Gandhi, Madre Teresa de Calcutá e Martin Luther King Jr. Devemos sempre lutar pelo que acreditamos com toda a nossa força, sempre procurando sobrepor a força física com a força da alma, das ideias.

O Estatuto do Desarmamento assegurou ao Poder Executivo os meios de controlar o comércio e o uso de armas de fogo. Além disso, também estimulou a população a entregar suas armas. Segundo o Ministério da Justiça, de 2004 a 2008, foram recolhidas 500 mil armas e 1,5 milhão foram regularizadas. Apesar de o Brasil continuar a registrar elevado número de mortes por armas de fogo, de acordo com o Ministério da Justiça, de 2004 a 2010, a taxa de mortalidade por armas de fogo caiu 8%.

É uma questão, pois, de bom senso. Basta lembrar quantas vezes observamos desavenças banais, que, certamente, poderiam ser resolvidas por meio do diálogo e da negociação, transformarem-se em tragédias irreversíveis. Diariamente, no trânsito pesado das cidades, muitos motoristas perdem a cabeça e por pouco não chegam a brigas físicas, que, às vezes, acontecem de fato. Se um deles tiver uma arma, a probabilidade de tragédia é altíssima. Portanto, para viver num Brasil mais seguro, teremos de fazer muito mais para que a nossa sociedade se torne mais justa e, em consequência, resulte em paz social”.