O dramaturgo José Celso Martinez Correa fala sobre a importância do Teatro Oficina (Foto: André Bueno /CMSP)

O Teatro Oficina Uzyna Uzona, o TCB (Teatro Brasileiro de Comédia) e o próprio Bixiga são patrimônios históricos e culturais do Brasil e precisam ser preservados. Esse foi o apelo de artistas e ativistas feito na audiência pública realizada nesta segunda-feira (11/12) sobre os teatros e outras iniciativas culturais do bairro da Bela Vista, onde está o Bixiga.

O vereador Eduardo Suplicy, um dos patrocinadores do evento e mediador entre artistas, a prefeitura e o Grupo Silvio Santos, é a favor de um diálogo para resolver o impasse a respeito da construção de empreendimentos imobiliários no bairro.

O Grupo Silvio Santos pretende construir um complexo residencial de quatro torres no terreno vizinho ao Teatro Oficina, fato que mobilizou toda a comunidade artística da cidade sob o argumento de que o empreendimento ameaça a existência dos teatros e o perfil cultural do Bixiga.

Suplicy fez um apelo para que os arquitetos ligados ao Teatro Oficina levem ao secretário André Sturm a ata da Audiência Pública para sensibilizar o prefeito João Doria sobre a importância do caso. Aproveitou para estender o pedido ao apresentador e empresário Sílvio Santos.

“Além de pedir a ajuda do Sturm para procurar um entendimento com o Doria, queria lembrar que, se o Silvio Santos levar essa história de construção das torres, poderá manchar a sua própria história. Penso que uma alternativa seria fazer com a Prefeitura uma troca de terreno e realizar aquele empreendimento em outra área. Assim poderemos realizar esse sonho cultural. E isso só vai engrandecer a gestão do Sturm e do Doria”, disse o petista.

A administração municipal foi representada pela secretária municipal adjunta de Cultura Marilia Alves Barbour. De acordo com ela, a Prefeitura, por meio do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico), só pretende tomar um posicionamento após a decisão do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). “Entendemos que são dois patrimônios culturais. Mas nossa decisão é a de primeiro aguardar o Iphan, já que o Teatro agora é patrimônio nacional”.