Audiência pública sobre mortes no trânsito (FOTO: ANDRÉ BUENO/CMSP)

Audiência Pública convocada pela Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente para debater as mortes no trânsito na capital paulista, iniciativa do vereador Eduardo Suplicy, acabou discutindo aspectos mais localizados e o Orçamento aplicado para a melhoria das condições para pedestres e ciclistas. O evento ocorreu na noite desta segunda-feira (13/11), na Câmara Municipal de São Paulo.

De acordo com dados da Prefeitura, entre janeiro e setembro deste ano, 677 pessoas perderam a vida no trânsito da metrópole. No mesmo período de 2016, durante a gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), foram 719 vítimas fatais entre pedestres, ciclistas, motoristas e passageiros.

“Dinheiro de mobilidade não é para tapar buraco, mas sim preservar vidas. O Orçamento é desproporcional à quantidade de pedestres.” Essa afirmação é de Ana Carolina Nunes, ativista de mobilidade urbana, que representou a ONG Cidade a Pé durante a Audiência.

Ela cobrou do secretário municipal de Mobilidade e Transportes, Sergio Avelleda, e do presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), João Octaviano Machado, fiscalização em horários em que o motorista pode desenvolver maiores velocidades, assim como melhorias nas faixas de pedestres e aumento no tempo de travessia nos semáforos.

A mesma crítica ao Orçamento foi feita por Carlos Aranha, da Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos da Cidade de São Paulo). “O prefeito recentemente anunciou R$ 350 milhões para o recapeamento. Esse dinheiro poderia ser usado para construir 80 quilômetros de ciclovias. As cidades são das pessoas e não dos automóveis.”

Os representantes da gestão municipal pediram equilíbrio e valorizaram o debate em assuntos referentes à mobilidade. “Segurança de trânsito não tem nada a ver com questões partidárias. Precisamos tirar a paixão de partido político”, afirmou o secretário de Transportes de São Paulo, Sergio Avelleda.

Segundo ele, a Prefeitura está realizando ações para melhorar a sinalização da cidade, assim como intensificando a fiscalização sobre motoristas que insistem em dirigir enquanto utilizam celular, que desrespeitam os semáforos, que não dão seta na hora de fazer a conversão, e não respeitam o espaço de 1,5 metros de distância quando ultrapassam os ciclistas. Todas essas infrações fazem parte do CTB (Código de Trânsito Brasileiro).