Sessão da CPI da Migração nesta terça-feira 921/03) (FOTO: Luiz França / CMSP)
Sessão da CPI da Migração nesta terça-feira 921/03) (FOTO: Luiz França / CMSP)

Durante a sessão desta terça-feira (21/03)  da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Migração, o cineasta haitiano Patrick Dieudonne, 34 anos, reclamou da falta de políticas públicas para os imigrantes e, principalmente, o fato de não conseguir trabalhar em sua profissão. A comissão é oresidida pelo vereador Eduardo Suplicy.

“O que me incomoda é que nós contribuímos com o governo brasileiro, e não temos direito a nada. Outra coisa é que mesmo sendo cineasta eu não tenho como trabalhar na minha área”, disse.

A também haitiana Rose Laure Jeanty, 26 anos, que estudava medicina na República Dominicana, afirmou que as condições de trabalho no Brasil não são boas.

“Há muita exploração pela falta de conhecimento da legislação trabalhista e da língua portuguesa. Em muitas contratações feitas em São Paulo os imigrantes são levados para outras cidades ou estados, em condições precárias”, denunciou Rose. “Somos obrigados a trabalhar mais, mesmo fazendo o trabalho igual a outras pessoas, e não ganhamos horas extras.”

O padre Paolo Parise, um dos coordenadores da Missão Paz — uma entidade que atua desde os anos 30 com imigrantes e refugiados — falou sobre os desafios que precisam ser resolvidos pelo poder público.

“O que está faltando são políticas que os ajudem no momento em que deixam as casas de acolhimento. Políticas para que eles possam arrumar moradia digna, abrir conta bancária, ter um emprego decente e aprender a língua portuguesa”, disse.

Segundo ele, dos 98 mil haitianos que chegaram ao país, 20 mil passaram pela Missão Paz.