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Quem é a pessoa que vive em situação de rua na cidade de São Paulo? Uma pergunta feita com frequência, mas que demorou para ser respondida pelo poder público paulistano.

A resposta veio por meio de uma extensa e detalhada pesquisa realizada pela Prefeitura de São Paulo na gestão de Fernando Haddad (PT).

A “Pesquisa Social Participativa: a construção de políticas públicas a partir de um novo olhar sobre a vida nas ruas da cidade de São Paulo” foi realizada pela SUR Clínica e Intervenção Social.

O objetivo foi embasar a criação de um plano municipal para a população de rua com informações colhidas pelos chamados pesquisadores sociais, à semelhança de um projeto implantado pela Prefeitura de Porto Alegre.

Um dos pontos principais da pesquisa foi não só traçar um perfil da pessoa em situação de rua, mas humanizar esse personagem e identificar suas demandas e suas origens.

Quem está nas ruas viveu e vive perdas muito significativas na sua vida, viveu e vive com seus laços sociais esgarçados.

Geralmente rompeu com a família, com o trabalho, com pessoas e lugares significativos e caros a ele.

Portanto, o vínculo transferencial estabelecido com aquele que o atende na assistência, na saúde, nas mais diversas esferas é elemento fundamental para se promover uma verdadeira escuta às demandas feitas.

“A pessoa em situação de rua não é somente um ser de necessidades. É um ser de desejo. Aquilo que reivindica e pede pode ou não coincidir com aquilo que deseja. Nesse ponto é que situamos a importância que devemos dar à capacitação para o acolhimento às demandas e ao vínculo necessário a fim de que aquele que reivindica não grite em vão e aquele que acolhe possa entender do que se trata”, diz o texto de apresentação do documento.