Aldeia Tenonde Porã, na zona sul de São Paulo (FOTO: CARLOS PENTEADO/COMISSÃO PRÓ-ÍNDIO DE SÃO PAULO)
Aldeia Tenonde Porã, na zona sul de São Paulo (FOTO: CARLOS PENTEADO/COMISSÃO PRÓ-ÍNDIO DE SÃO PAULO)

Ameaçados pela especulação imobiliária e encurralados pelo avanço do chamado “progresso” – como a construção dos trechos do rodoanel Mário Covas -, os índios que vivem em aldeias na cidade de São Paulo precisam de ajuda e estão gritando para serem ouvidos.

Na audiência pública que será realizada na Câmara Municipal na próxima segunda-feira (08/05), representantes indígenas vão lutar pela permanência do programa Aldeias, da Prefeitura de São Paulo, e pela aprovação do Projeto de Lei 181/2016, que institui a Política Municipal de Fortalecimento Ambiental, Cultural e Social de Terras Indígenas.

No Brasil, os dados mais recentes do Censo de 2010 indicam que a população indígena atingiu 817,9 mil pessoas. Desse total, 36,2% residiam na área urbana e 63,8% na rural.

No Estado de São Paulo, os dados do Censo de 2010 apontam uma população indígena de 37.915 índios vivendo em cidades, o que representa 91% da população indígena do estado.

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Ainda segundo o IBGE, São Paulo é o 4º município com maior população indígena (população absoluta) no Brasil: 12.977 índios, dos quais quase 2 mil em aldeias.

Na cidade de São Paulo há três tipos de situação, segundo a Comissão Pró-Índio de São Paulo: três aldeias Guarani localizadas na zona sul e oeste (Terras Indígenas Jaraguá, Barragem, Krukutu e Tenondé Porã) onde vivem 867 índios; uma aldeia indígena em Parelheiros, na zona sul de São Paulo, a Kalypete, na terra indígena Tenonde-Porã, de etnia Guarani; e uma grande população indígena distribuída por diversos bairros da Grande São Paulo constituída por famílias que migraram de suas terras de origem de diversas regiões do país.

De acordo com dados indicados no livro “Índios na Cidade de São Paulo”, elaborado pela Comissão Pró-Índio de São Paulo, a maior parte dos indígenas residentes na região metropolitana é migrante do Nordeste, em decorrência de perda de seus territórios, conflitos com posseiros, escassez de terras e falta de trabalho. Vivem também aqui de forma precária, sem acesso a moradia digna, serviços, saúde e educação de qualidade, a portarem documentos, além de enfrentarem forte preconceito e discriminação.

Leia a íntegra do Projeto de Lei 181/2016

PL0181-2016