O vereador Eduardo Suplicy repudiou nesta segunda-feira (4/12) os atos de vandalismo contra o Centro de Cidadania LGBT Luiz Carlos Ruas (antigo CCLGBT Arouche).

Durante o final de semana, o local foi invadido e teve suas instalações depredadas, além do roubo de equipamentos.

Para Suplicy, o atentado reforça ainda mais a necessidade de diálogo e de incrementar a luta contra a intolerância e a discriminação.

Leia abaixo nota oficial da Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo sobre a invasão:

Nota Pública – Ataque ao Centro de Cidadania LGBT Luiz Carlos Ruas

O Centro de Cidadania LGBT Luiz Carlos Ruas (antigo CCLGBT Arouche) viu, nesta manhã de segunda-feira (04), o dia mais triste desde a sua inauguração em 2015.

A casa localizada na região da Consolação onde atualmente funciona o Centro de Cidadania – e que tinha sido pintada com as cores da bandeira LGBT recentemente – foi covardemente invadida e atacada durante o final de semana. O imóvel foi vandalizado e roubado por pessoas cuja identidade, até o momento, é desconhecida.

No entanto, nenhum objeto levado causou mais dor, tristeza e consternação do que a agressão ao nosso trabalho e tudo que ele representa. Mais do que equipamentos públicos da administração municipal, os Centros de Cidadania LGBT representam um valor e uma postura diante do mundo, a fim de combater todas as violências diariamente enfrentadas pela população LGBT – desde a física até aquela silenciosa na qual todos os direitos são negados, até mesmo de ser chamado pelo nome social.

A situação provocada pelos agressores deixa evidente a presença do ódio contra os LGBT e os trabalhadores que ali prestam serviço a essa população.

Quando os responsáveis pela invasão defecam em nosso espaço de trabalho e colocam as fezes no corredor, quando esses mesmos agressores – de posse dos prontuários de pessoas por nós atendidas – rasgam documentos e os utilizam para limpeza, demonstram o desprezo por tudo que estes papéis representam e atestam na defesa dos direitos humanos e na promoção da cidadania. Urinaram em vasos de flores e os deixaram na recepção. Destruíram e sujaram itens pelos quais não tinham interesse, apenas para destruir – cadeiras, gaveteiros, computadores, projetor. Todas as torneiras foram abertas, com o claro objetivo de alagarem a casa. Além disso, todos os cabos dos computadores e da rede de telefonia foram cortados, com a intenção de calar a voz e o trabalho em prol da comunidade LGBT.

Este ataque prova, infelizmente, o quanto ainda necessitamos lutar pelos direitos da população LGBT. Não cruzaremos nossos braços e o trabalho vai continuar, sempre com a participação de toda a equipe do centro – comprometida e engajada na continuidade do serviço. A destruição deste lugar de acolhimento para muitas pessoas não vai nos fazer parar, pelo contrário: nos exorta a continuar trabalhando.

As devidas providências já foram tomadas: a polícia foi acionada, registrado um boletim de ocorrência e será aberto um inquérito para investigar os responsáveis pelo ataque – e para que a Justiça seja feita. Ao longo de toda esta segunda-feira os vizinhos ofereceram sua solidariedade, igualmente horrorizados com o grau de violência e irracionalidade do ato.

Esperamos contar com toda a comunidade LGBT ao nosso lado neste momento, mais do que nunca, para nos ajudar a enfrentar mais essa batalha. Somente com a união de todos poderemos, mais uma vez, vencer.

Centro de Cidadania LGBT Luiz Carlos Ruas Coordenação de Políticas para LGBT

Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania