Prefeito João Doria entrega o seu Plano de Metas na Câmara (FOTO: LUIZ FRANÇA/CMSP)
Prefeito João Doria entrega o seu Plano de Metas na Câmara (FOTO: LUIZ FRANÇA/CMSP)
Na última terça-feira o Prefeito João Doria compareceu ao Plenário da CMSP para apresentar o Plano de Metas de seu governo. A expectativa era de que houvesse a possibilidade de fazer perguntas e dialogar, mas o Prefeito apenas protocolou o Plano, falou cerca de 2 minutos e saiu.
Segundo o vereador Eduardo Suplicy, há questões fundamentais a esclarecer sobre o processo de construção do Programa de Metas e a proposta de participação da população. Por que as audiências públicas para debater o Plano se farão em apenas três dias de 7 a 9 de abril? Não será mais razoável que se realizem em três semanas? Vamos pedir estes e outros esclarecimentos.
Em termos gerais, o programa é tímido, genérico e pouco ambicioso. O Programa de Metas da Prefeitura de São Paulo para o período de 2017 a 2020 foi apresentado na última quinta-feira por Doria. Com 50 pontos, decepcionou porque apresentou bem menos objetivos do que os seus dois antecessores – Gilberto Kassa (então no DEM) e Fernando Haddad (PT).
Os 50 pontos representam somente 42% das cerca de 120 promessas que Doria fez durante a campanha eleitoral do ano passado, e 40% das 123 metas definidas por Haddad.
Genérico, o programa não lista a realização de obras, como hospitais e corredores de ônibus, e praticamente não fornece dados numéricos, o que dificulta a fiscalização da execução dos objetivos.
Uma das promessas eleitorais do prefeito – erradicar o analfabetismo no município – não aparece entre as metas listadas.
Não bastasse o decepcionante resultado apresentado, o programa ainda tem problemas a respeito da forma como foi elaborado, conforme requerimento de providências enviado ao Ministério Público Estadual pelo vereador Eduardo Suplicy.
No documento, o parlamentar pede a verificação e acompanhamento de organizações privadas na administração pública, como é o caso da consultoria McKinsey, que participou da elaboração do Programa de Metas da prefeitura em um processo pouco transparente, sem a devida divulgação de sua “colaboração” a toda a população.